sexta-feira, 1 de agosto de 2014


Promotor abre investigação para show de Arlindo Cruz

MP questiona uso de dinheiro da Prefeitura e espaço público para evento com bilheteria


Arquivo/Tribuna Impressa
Raul de Mello Franco Júnior quer explicações sobre o repasse de dinheiro para show
O Ministério Público de Araraquara instaurou, anteontem, inquérito para apurar o uso de dinheiro público no pagamento do show do sambista Arlindo Cruz dentro das atividades do Baile do Carmo.
O MP questiona também o uso de espaços públicos para uma série de atividades dentro do mesmo evento. Isto porque, tanto o show como as demais atividades, tiveram bilheteria, ou seja, foram cobrados ingressos do público. O ingresso para o show custou R$ 30.
“O objetivo é levantar todos os dados relativos ao evento, como o custo da festa, o uso de recursos públicos e a utilização de espaços públicos com bilheteria”, afirma o promotor Raul de Mello Franco Júnior.
Segundo o promotor, foram notificados a prestar informações os responsáveis pela empresa Morada do Sol S.A. — que administra o Cear (Centro de Eventos de Araraquara e Região) —, o Melusa Clube, o Sesc e o Orfanato Renascer. Estes foram os locais onde aconteceram as atividades do baile.
Já na condição de investigados estão os responsáveis pela Secretaria da Cultura (no caso, o secretário Renato Haddad), da Fundart (Edelvani Fioco) e do Baile do Carmo (Daniel Amadeu Filho, o Costa).
Tradicional
Renato Haddad diz que ainda não foi notificado pelo MP, mas afirma que não fez nada de diferente dos governos anteriores. “É uma situação estranha, mas, se não é conveniente fazer assim, nós então paramos de ajudar. Só posso lamentar por isso, pois é uma festa tradicional”, declara.

O presidente do Baile do Carmo também defende a realização da festa e afirma que o dinheiro foi uma ajuda para o baile, que depende de sua bilheteria para bancar as demais atrações da festa.
De acordo com Costa, o Baile do Carmo custou o equivalente a R$ 200 mil, com a realização de oito shows em cinco dias. “Recebemos apenas R$ 60 mil da Prefeitura e acabamos pagando o show. Por isso precisamos da bilheteria. Se não fosse assim, não haveria festa”, ressalta.
Pagamento de show gerou polêmica 
A apresentação de Arlindo Cruz marcou o encerramento da 126ª edição do Baile do Carmo e gerou polêmica após o Executivo pagar R$ 60 mil à empresa Lado A Lado B Produções Artísticas Ltda., responsável pelas apresentações do artista. Para o promotor Raul de Mello Franco Júnior, o uso do dinheiro público para evento privado, com intuito de lucro, é irregular. “Não pode haver cobrança de ingressos para eventos com financiamento público”, conta.

O vereador petista Édio Lopes chegou a fazer um requerimento que pedia a explicação do pagamento de R$ 60 mil ao show do sambista, mas acabou desistindo de apresentar o documento. Cerca de 20 membros do Baile do Carmo estiveram na Câmara ontem e acabaram fazendo com que Édio desistisse do pedido. Oficialmente, ele diz que cedeu por já existir a investigação do MP. 


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