sábado, 16 de março de 2013

Especial "O Jovem e a Política"

http://www.youtube.com/watch?v=ggvMWwIQQ2Y&feature=share

Por que participar da política?



Nove entre dez jovens consideram a política uma atividade para espertalhões que ganham uma fortuna para enganar o povo. Eles não deixam de ter alguma razão. De fato, pode-se contar nos dedos os políticos que se devotam realmente ao serviço do povo.

A reação normal de quem tem essa visão negativa da política é ficar fora dela. No máximo comparecer para votar, uma vez que o voto é obrigatório. Apertou o botão da urna eletrônica, tchau! Sair voando sem saber até o nome do candidato em quem votou.

Esta atitude é a que mais interessa aos malandros da política, pois o desinteresse leva à ignorância política e esta é um prato feito para quem deseja praticar falcatruas com o mandato popular.

Nestas alturas, sei que o jovem leitor está me questionando: “OK. Você diz que eu devo me interessar pela política. Mas o que eu perco não tendo o menor interesse por ela?”. Boa pergunta, que merece uma resposta por partes: quem são os políticos; o que fazem; como os safados prejudicam os cidadãos; como se pode evitar isso.

Quem são os políticos?

A palavra político, na linguagem comum das pessoas, designa os homens e as mulheres que ocupam cargos no Estado: vereadores, deputados, senadores, secretários de estado, ministros, governadores e Presidente da República. Essas pessoas - são milhares delas em todo o Brasil - têm o poder de influenciar na atuação dos órgãos do estado brasileiro. Participam da elaboração das leis; da distribuição do dinheiro arrecadado com os impostos; da gestão das empresas do Estado; da fiscalização do funcionamento das repartições públicas que prestam serviço à população (SUS, hospitais públicos, delegacias de polícia etc.).

Suspenda agora a leitura do texto e veja se consegue identificar uma única atividade da sua vida inteiramente fora do âmbito da política.

Não me venha com o argumento de que o Estado não interfere na sua fé religiosa, nas suas leituras, no seu pensamento. Interfere e muito. O Estado tem uma delegacia para fiscalizar os cultos religiosos, e outra para manter a ordem política e social - esses órgãos acompanham a atividade de padres, freiras, pastores, pais e mães de santo, militantes de pastorais etc. E abrem processos contra aqueles cuja pregação afeta a ordem estabelecida. Além disso, o Estado censura livros; peças de teatro; filmes. E fixa, através de suas políticas econômicas, o preço desses produtos. Quantas vezes você quis ler um livro, assistir a uma peça teatral e não pôde por causa do preço?

Finalmente, não é exato que você tenha uma liberdade absoluta de pensar. Você pensa com a informação que chega ao seu cérebro. Ora, é o Estado que controla - às vezes abertamente, às vezes indiretamente - toda a informação que chega até você.

Estar junto para entender

Não tenha, pois, nenhuma dúvida: você perde muito, direta ou indiretamente, quando o Estado está nas mãos de pessoas incompetentes ou desonestas, pois, de algum modo, você está sendo prejudicado.

Daí a necessidade de interessar-se pela política, de aprender o suficiente para entender como ela funciona e de tomar parte efetiva na escolha dos governantes.

Não é fácil atender a essa necessidade. A política é uma atividade bem complicada e quem participa dela sem o conhecimento adequado corre sério risco de ser enganado. Por isso o primeiro passo para participar consiste em entender seu funcionamento.

Ninguém consegue entender de política sozinho. Não adianta ler jornais e acompanhar os noticiários e comentários da rádio ou televisão. São todos enviezados. O jeito é formar um grupo para ampliar as fontes de informação e para dispor de opiniões diversas a respeito do significado das informações recebidas.

O grupo não irá muito além das pernas se não se dedicar à leitura de livros teóricos que explicam o funcionamento da sociedade e, portanto, dos partidos políticos. É através da leitura desses livros que você aprenderá a distinguir os políticos fisiológicos (que buscam apenas satisfazer seus apetites por dinheiro, prestígio ou poder) e os políticos ideológicos (os que fazem política por convicção). Conhecendo as ideologias, você pode optar pela que mais se aproxima dos valores que considera importantes. Isso lhe fornecerá um critério para participar inteligentemente do processo político.
Atualmente, a imagem do político brasileiro está inteiramente defasada, e não é para menos. Desde a proclamação da República - que já começou com um golpe militar -, fraudes, ditaduras, golpes e contragolpes de estado e corrupção fizeram parte da história de cada governo seguinte, e com os avanços da comunicação, as informações, principalmente as negativas, sobre o que se passa no Congresso Nacional e Assembleias Constituintes se espalham muito rapidamente. Além disso, vemos os próprios políticos trocando ofensas e acusações nas campanhas eleitorais, ao invés de apenas apresentar as próprias propostas de governo. Assim, é fácil compreender a ampla disseminação da ideia de que “nenhum político presta”. 
Quando acontecem, desvios de verba, utilização de paraísos fiscais e corrupção são amplamente divulgados na mídia, atingindo uma população tradicionalmente desinteressada sobre as questões políticas. Estas pessoas recebem estas notícias e, talvez por não conhecerem a gravidade do problema, ou por não perceberem que são as maiores prejudicadas, ignoram depois de alguns xingamentos, ou pior: julgam toda a classe política pela ação de alguns de seus maus representantes. 
Entretanto, existem sim pessoas de boa índole que têm boas intenções ao se candidatarem para representar a população e escolher pelo bem comum. Mas elas não têm muitas chances, porque a imagem do político já está prejudicada. Quando chegam a apostar num candidato, as pessoas ainda mantêm-se ressabiadas, pensando “Logo este também vai se corromper”. 
Esta descrença pode ser desmotivadora para os bem intencionados. Não apenas pelo sentimento de ausência de apoio, mas também pela não valorização de suas boas ações. Quando um projeto que beneficie milhares de pessoas é lançado e aprovado, tem-se uma nota num jornal. Porém, produzem-se grandes matérias e inúmeras reportagens quando o assunto é alguma ação inescrupulosa de um político. 
O fato é que o político faz sim, e muito, por uma população. São eles quem elaboram as leis que ditam as regras da sociedade. São eles quem criam as políticas públicas que afetam diretamente a vida do cidadão. Se existem hospitais, escolas e praças públicas, os políticos são os responsáveis por sua criação. Enfim, existe uma gama de atividades que são exercidas pelos representantes do povo, tendo sempre como objetivo o bem comum. 
Para mudar este quadro de desesperança e garantir bons representantes no poder público, é preciso que a população perceba a importância da mesma, passe a se interessar pela política e entenda que o voto é o instrumento capaz de dar lhe dar todas as transformações que ela deseja. É preciso que se incentive os bons candidatos, analisando suas propostas e dando-lhe votos de confiança. Também é importante buscar meios de identificar os maus políticos (analisar a vida pregressa é uma boa maneira de começar), para afastá-los de vez do mais importante sistema da sociedade, a ferramenta da democracia que é a política. Quando a população brasileira perceber esta importância, e recuperar a imagem da política e do político, poderá fazer as grandiosas reformas que há tanto desejam ver na sociedade.

SOBRE CANDIDATOS, COMO ESCOLHÊ-LOS E FILHOS


Quantos candidatos há na sua cidade, para vereador e prefeito? E, depois, quantos existem no Brasil para presidente, governador, senador, e deputados? Inúmeros. Alguns teorizam que são infinitos. Mas, o fato é que eles são as suas opções para mudar o mundo, o SEU e o NOSSO.


E daí que eles são inúmeros, e tudo o que você vê deles são os santinhos espalhados no chão das ruas? O bom cidadão vai atrás de informação, e quem procura, ACHA. Porque o mundo é feito de informação, e com os candidatos não seria diferente. Sem desculpas, procure e vote direito.

Mas, “votar direito”? “Meu pai votava nesse prefeito, vou votar nele também”. “Ah, o chefe da firma mandou eu votar em tal candidato, acho que vou fazer isso”. Absurdo? É realmente uma lástima que isso ocorra até nos dias de hoje, mas se o filho daquele pai ou o trabalhador daquela empresa não mudarem seu comportamento, isso vai continuar pra sempre. Porque onde há poder e dinheiro, há seres inescrupulosos e rastejantes prontos para enganar, iludir e ludibriar. O dever do cidadão é diferenciar esta corja daqueles que querem trabalhar pelo bem de todos.

Faça-se três perguntas básicas, quando se deparar com um candidato: “O que ele fez?” “O que ele prometeu?” “Ele tem condições de fazer isso?”. Com isso, já se eliminam os candidatos que fazem promessas absurdas e aqueles que querem usar a política para ficar ricos.

Depois, lembre-se de uma coisa:

VOTAR NÃO ACONTECE SÓ NA URNA!

A fiscalização do seu candidato e do restante deles, é de responsabilidade sua! “Mas os vereadores fiscalizam a prefeitura”. E quem fiscaliza os vereadores? VOCÊ!

Nas minhas recentes visitas à Câmara da minha cidade, percebo que são muito poucas as pessoas que acompanham o trabalho deles. E depois, como vão cobrar? Se você estiver lá, você pode ver tudo o que eles estão fazendo, enviar sugestões, reclamar. Se você se omitir, estará somente concordando com o que eles fazem, seja isso bom ou ruim. E olha que a vida dos bons cidadãos está MUITO mais fácil, com a internet e tudo mais.

Agora, outro assunto inquietante. EDUCAÇÃO POLÍTICA. O número de pessoas que odeiam a política é alarmantemente alto. Mas como se pode odiar a política, se o mundo em que você vive depende dela? E quem mais deve ser educado sobre política são as crianças. Para que já tenham noção desde cedo sobre o que é bom e ruim, na política. Pais, eduquem esses filhos, para o bem de todos nós. Ensine a diferenciar bons e maus políticos, ensine sobre a hierarquia política, sobre quem fiscaliza quem, ensine-o a fiscalizar os vereadores. Seu(a) filho(a) crescerá bem mais preparado e disposto a mudar.

Fica então esse apelo. EDUCAR POLITICAMENTE, VOTAR CORRETAMENTE E FISCALIZAR ETERNAMENTE. Até rimou!

sexta-feira, 1 de março de 2013