quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Gênio 'indomável' de Lapena faz PSDB agilizar troca de liderança

Yashuda assume o posto, e lideranças do partido dizem que mudança já era prevista; troca neutraliza críticas ao Governo

 

Divulgação
Lapena dá lugar ao colega parlamentar Jeferson Yashuda. “O rodízio é importante, é salutar”
Com três secretarias no Governo, o PSDB busca neutralizar as críticas à administração Barbieri, com o rodízio “providencial” da liderança da bancada tucana na Câmara. Saí o crítico e independente Luís Claudio Lapena e entra Jeferson Yashuda.

Oficialmente, o PSDB diz que o rodízio de liderança já era previsto, e que há entendimento quanto a importância de revezamento. “A liderança é importante. É um aprendizado que deve ser vivido por todos”, diz o deputado estadual Roberto Massafera, principal “cacique” do partido na cidade.  Contudo, nos bastidores, a informação extraoficial que a Tribuna apurou é que havia mal-estar dentro da legenda — fechada com o Governo — devido a críticas contundentes que Lapena fazia à Prefeitura, em público. 

Lapena, por sua vez, nunca escondeu a postura independente de se posicionar e, apesar de atitudes fora de consonância com a base, incluindo, por exemplo, votar contra o aumento do IPTU, sempre declarou-se da base. 

Sobre as atitudes que vão na contramão de alguns interesses da base, Massafera contemporiza. “Não tem nada a ver. Independentemente, ele sempre foi, mesmo sendo da base, eles têm o direito de se manifestar. Mas acho que antes de ir a público e fazer críticas, o caminho deveria ser falar com a base”, defende.
‘Faz parte’
Lapena também sustenta que a troca de liderança é algo natural e definido em comum acordo. “É uma medida salutar, é simbólico e não podemos monopolizar”, afirma. O presidente do PSDB municipal, Silvio Prada, reforça que foi o Lapena quem propôs a alternância. “Depois do Lapena, o mais antigo é o Yashuda. Depois do Yashuda, no ano que vem, vamos avaliar o rodízio”, afirma. 

“Mesmo com a postura independente, ele sempre votou favorável à base de governo”, completa Prada. Yashuda diz que não foi ele quem pleiteou a liderança, mas que foi uma decisão em comum acordo. “Houve entendimento pela mudança”, afirma. O ofício de mudança de líderes foi assinado ontem por Lapena e Yashuda, e será protocolado na segunda-feira.
Lapena mantém ‘independência’No ano passado, a decisão do vereador tucano Luis Cláudio Lapena em assinar o requerimento proposto pela oposição e dissidentes para garantir a convocação do secretário da Fazenda, Roberto Pereira, na Câmara, “acendeu” a luz amarela no sexto andar da Prefeitura.

Na época, Lapena garantiu a sétima assinatura buscada por João Farias (PRB), outro ex-aliado do prefeito, para obrigar o secretário a comparecer à Câmara para dar informações sobre a venda de um título de R$ 25 milhões da dívida ativa.

Semanas antes do requerimento, durante as duas votações do projeto de reajuste do IPTU, Lapena votou contra o aumento, em decisão contrária à da base de governo. Na época, Silvio Prada admitiu ser preciso “afinar os ponteiros” e não descartava a necessidade de o partido se reunir e conversar com o parlamentar. 
 
Fonte:
08/02/2014 - 03:00

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